Medicamento chega ao Brasil com a promessa de aumentar consideravelmente a sobrevida e o bem-estar dos pacientes com melanoma, um tipo agressivo de tumor de pele
Nos últimos congressos internacionais voltados para o câncer, a droga pembrolizumabe, da farmacêutica MSD, ganhou destaque especial por seus resultados frente à doença. Mas, até então, ele só estava disponível fora do nosso país. Isso muda hoje com a aprovação da medicação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para combater o melanoma avançado, um tipo violento de tumor de pele.
O pembrolizumabe faz parte da segunda geração de uma classe de fármacos batizada de imunoterapia. Ele mira especificamente uma proteína presente em células de defesa do próprio paciente chamada PD-1. Ao inibi-la, a droga não deixa que o câncer escape do sistema imunológico. Em comparação com o tratamento disponível atualmente por aqui — um imunoterápico que ataca a molécula CTLA-4 —, ela obteve uma taxa de resposta três vezes maior. Ou seja, mais pacientes com melanoma avançado obtiveram algum benefício ao receber o pembrolizumabe. Em 2016, espera-se que 5 mil brasileiros sofram com esse problema, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Essa classe de remédios ainda gera menos efeitos colaterais que a quimioterapia. Náusea e queda de cabelo não são um problema. Entre as reações esperadas estão fadiga, coceira e erupções cutâneas. “Novas drogas que atuam através da mobilização do sistema imune resultaram em benefícios significativos para pacientes com essa doença e revolucionaram a forma de abordá-la”, afirma o oncologista Rodrigo Munhoz, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e do Hospital Sírio Libanês, em nota à imprensa.
Mas calma: o preço do pembrolizumabe no Brasil ainda precisa ser definido. Estima-se que em três meses isso seja fechado em conjunto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Vale ressaltar que esse tipo de droga é bastante caro. Desde 2014 esse remédio está à disposição dos oncologistas americanos para melanoma avançado. Aliás, em 2015 ele também foi aprovado por lá para um tipo de câncer de pulmão e, mais recentemente, para tumores de cabeça e pescoço. Por enquanto não há prazo para que isso ocorra no Brasil.