O que é a criolipólise
Desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a criolipólise usa baixas temperaturas para acabar com a gordura localizada. O aparelho é colocado na superfície da pele, fazendo as células de gordura serem congeladas a temperaturas negativas para serem destruídas. O dermatologista Cláudio Mutti, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que, em contato com a baixa temperatura, as células de gordura – chamadas de adipócitos – se rompem totalmente. Em consequência, o corpo entende que elas não fazem mais parte do organismo e as expele naturalmente. O tratamento vem fazendo tanto sucesso que está sendo chamado de “a nova lipoaspiração”, com a diferença de que diferentemente desse método, a criolipólise não é um procedimento cirúrgico.
Como é feita a criolipólise
A criolipólise é feita com a ajuda de um aparelho específico cujos aplicadores acoplam-se perfeitamente às diferentes áreas do corpo. O endocrinologista Danilo Hofling, da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, conta que a ponteira do aparelho realiza um poderoso vácuo que promove a sucção da pele e da porção de gordura localizada. Ao mesmo tempo, o resfriamento intenso e controlado da gordura destrói as células de gordura. O resfriamento controlado age danificando seletivamente as células adiposas, que são mais sensíveis ao frio, sem causar qualquer dano a nervos, músculos e outras estruturas próxima. “Na prática o que acontece é a morte da célula de gordura”, explica.
O aparelho da criolipólise é adaptado para cada área do corpo. “Para a região da barriga existe uma ponteira grande, já para as costas e pneuzinhos laterais utiliza-se a ponteira menor”, explica a dermatologista Mariana Barbato, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A eliminação das estruturas dos adipócitos destruídas com a baixa temperatura é feita pelo sistema imune e a gordura no interior das células é conduzida ao fígado pelo sistema linfático para sua metabolização. Uma vez que o sistema linfático leva apenas uma pequena quantidade diária de gordura para ser metabolizada, não há perigo de sobrecarga do fígado nesse processo.
A criolipólise não é um tratamento para sobrepeso ou obesidade. Ela é opção para pessoas que tenham gordura localizada em algumas regiões corporais, o famoso pneuzinho. De acordo com o fabricante, o procedimento elimina até mesmo aquela gordura incapaz de ser combatida com dieta e exercícios físicos.
Áreas de aplicação
A criolipólise pode ser feita apenas em algumas partes do corpo, aquelas que se adaptam bem as ponteiras. Não é possível fazer no rosto, por exemplo, porque o aplicador não se encaixa. De acordo com o fabricante do aparelho, há a perspectiva do lançamento de ponteiras que se adaptem a outras partes do corpo.
“A paciente poderá tratar áreas de qualquer tamanho com a criolipólise, mas numa área maior o procedimento deve ser dividido em dois momentos na mesma seção, para que toda a área seja tratada”, explica a dermatologista Mariana Barbato.
Quem pode aplicar
As marcas que comercializam o aparelho da criolipólise exigem que um médico seja responsável pelo procedimento, e se outro profissional de saúde o aplicar, o médico deve acompanhar esse procedimento de perto.
Cuidados anteriores à criolipólise
Não é necessária uma preparação específica para a criolipólise. A dermatologista Mariana Barbato conta que a pessoa pode consumir alimentos e se exercitar normalmente antes e depois do tratamento. ?Também não é necessário nenhum exame laboratorial para se submeter à técnica”.
A criolipólise pode ser feita em qualquer estação do ano, inclusive no verão. Mas se a ideia é que os resultados sejam notados na estação da praia e do sol, o ideal é se programar antes, já que o resultado completo leva de dois a três meses para aparecer.
Criolipólise dói?
A dermatologista Mariana Barbato explica que pode haver dor no momento da sucção proporcionada pelo aparelho, mas após o congelamento da gordura a região fica anestesiada. “Também pode haver desconforto na hora de retirar o aplicador, mas nada muito intenso”, conta. “Os hematomas não são frequentes, mas quando aparecem são passageiros”.
Duração da sessão de criolipólise
A dermatologista Maria Paula Del Nero, também da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o tempo de tratamento de uma área de 20 por 20 centímetros dura aproximadamente uma hora. A boa notícia é que a criolipólise pode ser feita em mais de uma região no mesmo dia sem riscos ao paciente.
Resultados da criolipólise
A dermatologista Mariana Barbato explica que uma ou duas sessões já são suficientes para trazer resultados. Mas há casos em que são necessárias mais sessões. A partir do décimo dia a quebra de gordura já pode ser visível, mas o efeito máximo acontece de dois a três meses após a sessão. “É possível medir a diferença na fita métrica, mas a melhor maneira de fazer a comparação é através de fotografias do antes e depois, na mesma posição”, explica a especialista. Em uma única sessão, estudos científicos em Harvard apontam redução de 20% a 25% da gordura localizada na região tratada. Mas claro, os resultados variam de pessoa para pessoa.
A dermatologista Tatiana Jerez, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, conta que caso a gordura removida na primeira sessão não tenha sido suficiente, uma segunda sessão pode ser feita cerca de dois meses após a primeira no mesmo local. “Não existem sessões de manutenção, para manter o resultado obtido deve-se evitar o ganho de peso, através de hábitos saudáveis: dieta balanceada e pratica de atividade física”.
Criolipólise melhora celulite e flacidez?
Não existe qualquer comprovação científica de que a criolipólise melhore a celulite e a flacidez. “Mas é possível perceber melhora do aspecto da celulite, em função da diminuição da gordura localizada, que é o foco do tratamento”, explica a dermatologista Mariana. Já a flacidez pode até aumentar com o tratamento. Nesse caso, outros tratamentos, como a radiofrequência, podem ser associados para tratar esse aspecto.
Contraindicações
A dermatologista Mariana Barbato explica que nem todo mundo pode fazer a criolipólise, é preciso passar por uma avaliação detalhada antes. A criolipólise é contraindicada para pessoas com sensibilidade ao frio – como quem tem urticária, por exemplo -, com hérnias no local da aplicação, infecções na pele, para gestantes e para quem passou por cirurgia recentemente. Para quem pretende emagrecer, vale lembrar que o método combate a gordura localizada e não o excesso de peso, pois não atinge gordura em todas as áreas do corpo ou mesmo a visceral, gordura que se deposita entre os órgãos.
Reações adversas e complicações
Pode haver dor no local após o procedimento, podendo durar até uma semana. Em caso de dor importante, pode-se fazer uso de analgésicos. Além da dor, inchaço e hematomas também são comuns de serem vistos, regredindo totalmente com o passar dos dias.
Quando o procedimento é feito por pessoas que não estão aptas à faze-los ou com aparelhos não certificados, complicações como queimaduras e outras, ainda mais sérias, podem ser encontradas.
Fonte: Minha Vida